Hiperactividade – Criança irrequieta
“O meu filho não consegue estar quieto. Será que tem hiperactividade?” é uma frase tantas vezes ouvida em consulta, como a (ou uma das) queixa dos pais.
“O que promove, no fundo, esta inquietude?” Ou “O que justifica esta instabilidade?” serão outras questões associadas e que levam os pais a interrogarem-se.
Normalmente esta postura é, ainda, associada a outras: instabilidade com brinquedos ou brincadeiras (como se não gostasse de nenhum brinquedo em concreto ou como se nenhuma brincadeira detivesse muito tempo da atenção da criança); a resistência ao sono (nunca é hora de ir dormir ou faz sonos curtos “parece que nunca se cansa” ou “recupera rápido”); entra em troca constante de actividade, etc, etc… Estes são os sintomas que definem a hiperactividade.
Estas circunstâncias conduzem a outras: como dificuldades na aprendizagem (porque não consegue a atenção necessária) ou aumento de tensão na relação com os pais e professores (que não conseguem compreender esta atitude irrequieta).
Este comportamento traduz um mal-estar interno da criança que requer observação. Isto é, a criança está em modo “agido”; em “fuga para a frente”. Mesmo que se aperceba disso, é até capaz de relatar que não consegue parar.
Hiperactividade – Criança irrequieta
A observação passa por uma avaliação psicológica para que possa compreender-se melhor como se sente e o que estará na base deste funcionamento. Esta avaliação é feita através de jogos atractivos e que permitem ao psicólogo retirar informação sobre o funcionamento emocional da criança em questão. Posteriormente, o psicólogo deverá entregar um relatório aos pais, com o seu parecer, e explica-lo verbalmente, bem como esclarecer eventuais dúvidas.
A ludoterapia surge como a técnica terapêutica utilizada na infância e adolescência, particularmente indicada para a hiperactividade, e pretende funcionar como um espaço onde, através do interlocutor (psicólogo) e dos mecanismos disponibilizados (brinquedos e material de desenho), a criança consiga expressar-se emocionalmente e, com isso, aprender a confrontar-se e a gerir de forma mais ajustada as angústias e tensões externas e internas com que se vai deparando.
Não deixe que a hiperactividade comprometa a saúde psicológica do seu filho e a estabilidade da família. Intervenha o quanto antes.
Alexandra Silva Nunes
Psicóloga /Psicoterapeura
Cédula Profissional nº 3347